terça-feira, 12 de outubro de 2010

A Arte do "Refacing"

A boquilha ideal talvez seja o equipamento mais difícil que um saxofonista poderá encontrar.
Desde o tipo de material (massa, metal, ou madeira), até o estilo da câmara, passando pelo "baffle" (rampa)...
São tantas opções que, por vezes, ficamos confusos, tornando ainda mais dura a escolha correta.
Hoje em dia (desde o meio da década de 90 do século passado), nota-se um retorno ao som "escuro", com boquilhas de câmara larga, podendo-se destacar as antigas Otto Link, fabricadas entre as décadas de 30 e 70 do século XX, além das Dukoff em massa e metal, dos anos 1950, ainda produzidas em Hollywood, antes da mudança da fábrica para Fort Lauderdale, na Flórida, onde, até hoje são produzidas, porém, com design externo, material e câmara completamente distintos das versões mais antigas.
Muitas dessas boquilhas possuem o padrão de abertura seguindo os princípios antigos, ou seja, bastante fechadas, se comparadas ao que utiliza-se atualmente. O timbre é aquele que sempre nos despertou interesse, porém, ao tocar em uma delas, percebemos que a abertura é muito pequena. Era comum até os anos 1950 referir-se ao número 5 como "very open" (muito aberto)!






Existe uma arte, conhecida em inglês como "refacing" (o que se pode aproximar ao português como sendo uma reconstrução de face), muito pouco difundida e conhecida entre os saxofonistas, que, se praticada por um grande luthier (ou artista), resolve definitivamente qualquer problema em relação a abertura, mesa, calibragem de trilhos laterais, etc.








Um bom "refacing" não deve alterar as características originais da boquilha, ao contrário, deve fazer sobressair aquilo que a fez famosa, porém, adaptando-a ao gosto pessoal do músico, podendo também, acrescentar projeção e volume ao som.







A medida de abertura se dá em milímetros, o que, depois, é convertido naquela numeração que conhecemos mais, entre 5 e 10, por exemplo. Entretanto, nem sempre aquilo que está marcado no corpo da boquilha corresponde ao que deveria ser o número correto a ser estampado. É aí que entra o serviço de um luthier experiente.
No Brasil, temos o Norberto como melhor opção para esse fim. Tive oportunidade de experimentar boquilhas "mexidas" por figuras conhecidas internacionalmente, como Brian Powel, Johannes Gerber e Dave Guardala. Posso garantir que o trabalho do Norberto em nada deixa a desejar, frente aos estrangeiros, mas ainda não é popular no nosso país.
O "refacing" é a melhor opção para chegar ao timbre desejado, ou mesmo consertar uma boquilha quase "perdida", por quedas, impactos em geral. Além disso, podemos adquirir uma Otto Link atual e "transformá-la" em uma antiga, sempre deixando claro que não é qualquer pessoa que está apta a realizar esse tipo de serviço, pois, se mal executado, pode estragar definitivamente a boquilha.

Links relacionados:

http://www.jgerber.com/

http://www.mojomouthpiecework.com/

http://www.ezmpc.com/

Contato Norberto:

+55(11)20632186

3 comentários:

  1. Fala Rodrigo!
    Gostei da iniciativa de fazer um blog! Assim seus conselhos ganham mais alcance.
    Muito bom o post sobre refacing!
    Abraço

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  2. Obrigado Alexandre,


    É essa a idéia. Fique a vontade para postar comentários, dúvidas, etc.

    Abraço,


    Rodrigo.

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  3. Rodrigo Bento...
    Um dos Melhores... Assim que eu puder volto a estudar contigo!!!
    Grande Abraço!!!

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